Anémonas e Corais

ANÉMONAS E CORAIS





Anémonas e Corais

Phylum Cnidaria - cnidários (anémonas, medusas, corais)
Classe Anthozoa - anémonas, corais, gorgónias

O que são corais? Os corais são invertebrados marinhos, pertencentes à mesma classe que as anémonas e com uma estrutura semelhante a estas. Distribuem-se pelos oceanos de todo o mundo, podendo ser solitários ou coloniais.

Os coloniais são os únicos corais que constroem recifes. Cada colónia é constituída por milhões de pequenos pólipos de coral, em que cada um segrega um fino esqueleto de carbonato de cálcio à sua volta. 

O resultado é uma estrutura maciça de carbonato de cálcio, resultante da sobreposição dos esqueletos das sucessivas gerações de pólipos. Os pólipos são semelhantes a anémonas minúsculas e, tal como estas, possuem tentáculos armados de nematocistos, que usam para se defenderem e alimentarem. 

Podem reproduzir-se assexuadamente, contribuindo para o aumento do tamanho e para a continuidade da colónia, ou sexuadamente, dando origem a novas colónias.

Recifes de coral
Os recifes de coral são, provavelmente, as comunidades bentónicas mais ricas e complexas dos oceanos. 

Formaram-se ao longo de milhões de anos, a partir da deposição do carbonato de cálcio proveniente dos esqueletos de corais, e estão entre as comunidades marinhas mais antigas que se conhece - a sua história remonta há 500 milhões de anos atrás.

Em termos de biodiversidade, só são ultrapassados pelas florestas tropicais húmidas em terra - estima-se que um único recife de coral pode albergar, pelo menos, 3.000 espécies de animais. 

Apesar de ocuparem menos de um por cento da área total dos oceanos, 25 por cento de todas as espécies de peixes existentes só se encontram nos recifes de coral! 

Aqui, também se encontram representados quase todos os filos e classes conhecidos. A abundância de vida e o grande número de espécies, devem-se às condições únicas de protecção e alimento que os recifes lhes proporcionam.

DistribuiçãoA distribuição dos recifes de coral está directamente relacionada com a temperatura, intensidade luminosa, profundidade, nutrientes em suspensão e correntes. 

As condições favoráveis ao crescimento dos corais que constroem recifes, limitam-se às latitudes entre 30º norte e 30º sul - mesmo aqui, existem excepções.

TemperaturaOs maiores recifes de coral encontram-se em regiões onde a temperatura varia entre os 25ºC e os 30ºC e raramente desce abaixo dos 20ºC.

Por este motivo, são raros os recifes nas costas oeste de África e da América do Sul, onde o upwelling costeiro é responsável pelo arrefecimento da água.

Intensidade luminosa e profundidade
Muitos corais vivem em simbiose com algas microscópicas presentes nos seus tecidos e, por isso, a intensidade luminosa é um factor determinante para a sua distribuição. 

A maior parte das espécies de corais encontram-se em águas límpidas até aos 30 m de profundidade. A partir daqui o seu número vai diminuindo, desaparecendo quase totalmente aos 100 m. 

Nutrientes em suspensãoOs recifes de coral desenvolvem-se melhor em águas pobres em nutrientes, pois estas são mais límpidas e permitem a melhor penetração da luz. Por outro lado, estas condições não favorecem o crescimento de macroalgas, que poderiam competir com os corais pelo espaço e luz. 

Alguns nutrientes, como os fosfatos, são particularmente nocivos para estes organismos, pois impedem a formação do seu esqueleto. Os nutrientes em suspensão são de tal modo importantes, que nas zonas tropicais da costa Este da América do Sul influenciadas por grandes rios como o Amazonas e Orinoco, não há recifes de coral.

Correntes 
A circulação da água é importante para funções vitais dos corais, como a alimentação, respiração e formação do esqueleto. 

Contudo, a resistência às correntes e ao impacto das ondas varia de espécie para espécie. Nas faces expostas dos recifes, encontramos corais mais robustos e cuja forma dissipa a energia das correntes. Os corais mais frágeis, povoam lagoas e outros locais resguardados.

Tipos de recifes de coral. 
Os recifes de coral podem ser continentais ou oceânicos. Os primeiros crescem nas margens continentais, enquanto os segundos surgem em pleno oceano, geralmente associados a montanhas submarinas. 

Dentro destas duas classes, existem três tipos de recifes: em franja, de barreira ou atóis (ver Oceano Pacífico). A maior barreira de coral é a Grande Barreira de Coral (Oceano Pacífico).

Corais e zooxantelas
Os corais responsáveis pela formação dos recifes vivem em simbiose com microalgas, presentes nos seus tecidos e denominadas zooxantelas. Esta relação é benéfica para ambos os organismos. 

Os corais obtêm substâncias nutritivas produzidas pelas zooxantelas, que também contribuem para a deposição de carbonato de cálcio no seu esqueleto. Os pigmentos coloridos das algas fornecem, também, protecção contra os raios ultra-violeta!

As algas obtêm protecção e utilizam produtos de excreção (dióxido de carbono, amónia, nitratos, fosfatos) dos seus hospedeiros, para realizarem fotossíntese e outros processos metabólicos. 

Desta forma, as zooxantelas são importantes para o crescimento dos recifes de coral, pois são responsáveis pela nutrição, remoção de sub-produtos do metabolismo e pela formação dos esqueletos dos corais. 

Assim, a luz torna-se um factor extremamente essencial à sobrevivência e crescimento destes corais.Comparativamente, os corais que possuem zooxantelas crescem mais depressa do que os que não as possuem.

Alimentação
De uma maneira geral, os corais podem alimentar-se de matéria orgânica dissolvida na água, microorganismos e plâncton. Este último caso observa-se em espécies com pólipos de grandes dimensões e, principalmente, nas que não têm zooxantelas.

Em defesa do seu territórioApesar de não se deslocarem, os corais desenvolveram mecanismos eficazes de defesa e de competição pelo espaço. Para se defenderem de agressores, incluindo outros corais, libertam substâncias tóxicas para água ou utilizam os nematocistos. 

A competição pelo espaço depende em grande parte da velocidade a que o coral cresce - quanto mais depressa crescer, mais sucesso poderá ter na conquista de espaço.

Corais-cérebroLobophylia sp. de Blainville, 1830
Família Mussidae Ortmann, 1890
Os pólipos destes corais crescem ao longo de sulcos, em forma de circunvalações, que se assemelham às de um cérebro. Povoam as zonas protegidas dos recifes e lagoas.

Corais-cérebro-abertos
Trachyphyllia sp
Família Trachyphylliidae Verrill, 1901
Estes corais vivem nos fundos de areia que rodeiam os recifes de coral costeiros. Aqui, a sua capacidade de se elevarem acima do substrato enchendo-se de água do mar, evita que fiquem cobertos pela areia.

Corais-bolha
Plerogyra sp. Edwards & Haime, 1848
Família Caryophylliidae Gray, 1847 
Estes corais possuem vesículas em forma de bolhas, que podem atingir dimensões consideráveis. Estas bolhas não são pólipos, mas sim tentáculos modificados, que se expandem durante o dia, para aproveitarem o máximo de luz. 

À noite, as vesículas retraem-se e os pólipos expõem os tentáculos para se alimentarem. Desenvolvem-se em locais protegidos e com correntes fracas, onde as suas vesículas se possam expandir em segurança. 

Família Stichodactylidae - anémonas-tapeteAnémona-tapete
Stichodactyla mertensii Brandt, 1835
Esta grande anémona das águas tropicais límpidas do Indo-Pacífico, vive em recifes de coral. A sua coloração esverdeada deve-se a algas microscópicas (zooxantelas) que vivem nos seus tecidos. 

Nesta simbiose, as algas beneficiam de protecção, enquanto a anémona obtém parte das substâncias nutritivas que estas produzem. A anémona-tapete também oferece protecção a várias espécies de peixes-palhaço (por exemplo, Amphiprion ocellaris), que são imunes ao veneno dos seus tentáculos. 
É a maior anémona da sua família, podendo alcançar 1 m de largura.

Fonte:
Oceanário de Lisboa




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